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Aos 81 anos, Robert De Niro reflete sobre a morte durante palestra no Festival de Cannes: ‘Não temos escolha, por isso, não há o que temer’
Robert De Niro, ícone do cinema mundial, aos 81 anos, recebeu um espaço especial no Festival de Cannes 2023 para refletir sobre seus 60 anos de carreira. No evento, o aclamado ator de “Touro Indomável” compartilhou pensamentos profundos sobre a arte, carreira e, sobretudo, sobre a morte.
Em uma entrevista mediada pelo renomado fotógrafo JR, De Niro abordou questões pessoais e existenciais com charme e introspecção característica.
Reviver momentos memoráveis da carreira de De Niro foi parte da programação especial dedicada a ele em Cannes. A exibição de um clipe com algumas das cenas mais emblemáticas de seus filmes, entre elas o inesquecível “Are you talkin’ to me?” de “Taxi Driver”, marcou o começo do evento.
Essa viagem nostálgica destacou suas colaborações com diretores renomados como Martin Scorsese e Quentin Tarantino.
Rendez-vous: Reflexões e Perspectivas
O painel no qual De Niro discursou foi denominado “Rendez-vous”, um encontro que prometia oferecer insights sobre sua longa trajetória artística e atual visão de mundo.
De Niro, conhecido por sua fala sucinta, não decepcionou ao compartilhar pensamentos poderosos. “Você cria o seu tempo para imergir em si mesmo, sem hora marcada. No estágio que estou da minha idade, é o que faz sentido para mim“, refletiu o ator, encapsulando sua atual fase de vida.
Durante a palestra, De Niro falou sobre o documentário envolvendo seus pais, um projeto que causou grande comoção na plateia. Nele, o ator aborda, entre outros temas, seu medo da morte, e logo aliviou a tensão com seu conhecido humor seco: “Tenho medo, mas não tenho remédio“, afirmou ao responder uma espectadora que assistiu ao documentário durante o festival.
Ativismo e Legado
O protagonismo de De Niro no Festival de Cannes não apenas destacou seu legado no cinema, mas também trouxe à tona seu ativismo político.
De Niro, com sua voz potente, criticou abertamente Donald Trump e sua “postura filisteia” em relação às artes. “As pessoas que querem fazer as coisas boas, sabem o que fazer“, declarou De Niro, reafirmando sua crença em enfrentar desafios culturais e políticos.
Refletindo sobre o conceito de cinema, De Niro simplificou sua perspectiva afirmando que seu foco sempre foi contar histórias que alcançam o público de maneira impactante.
Citando clássicos como “Sindicato de Ladrões” e “Clamor do Sexo”, o ator destacou a importância de se conectar emocionalmente com as narrativas. “Eu não tenho uma ideia formada do que é cinema, eu penso é em contar histórias e como elas alcançam as pessoas“, declarou.
A Palma de Ouro Honorária
Ao concluir sua participação no Festival de Cannes, De Niro recebeu a Palma de Ouro Honorária de 2025, um tributo à sua imensa contribuição à sétima arte. A homenagem foi entregue por Leonardo DiCaprio, parceiro de cena em filmes como “O Despertar de um Homem” e “Assassinos da Lua das Flores”.
O gesto emoldurou não só o respeito e admiração que a indústria do cinema nutre por De Niro, mas também seu papel central na história do cinema contemporâneo.
O Festival de Cannes deste ano destacou ainda mais a capacidade de De Niro em evocar emoções e reflexão através de sua expressiva filmografia e dedicação às causas que considera justas.
A introspecção de De Niro sobre a morte e o tempo revela um artista que, apesar de sua idade avançada, continua a desafiar e inspirar tanto o público quanto os criadores de cinema ao redor do mundo.