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Em áudio, policial cita equipe formada para prender ministros, ‘matar meio mundo’, e se queixa de Bolsonaro: ‘Deu para trás’

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Wladimir Soares, um policial federal que estava na equipe de segurança do então presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva, foi preso em um desdobramento surpreendente de uma investigação sobre uma trama golpista.

Soares foi acusado de participar de uma conspiração que visava destituir o governo democraticamente eleito, na qual, segundo registros de áudio, ele e um grupo preparado estavam dispostos a usar força letal contra membros do Supremo Tribunal Federal (STF).

As gravações divulgadas pela Polícia Federal (PF) revelam um plano audacioso de prender ministros do STF. Wladimir, explicitamente, menciona o desejo de prender Alexandre de Moraes, um dos membros mais proeminentes do tribunal.

As intenções claras de violência são expressas nas próprias palavras de Soares, que afirmou que iriam “matar meio mundo” se necessário, mostrando a disposição extrema do grupo em alcançar seus objetivos golpistas.

Soares não poupou críticas ao ex-presidente Jair Bolsonaro em seus áudios, desabafando sobre a frustração de que Bolsonaro não autorizou ações mais radicais para impedir a posse de Lula.

Segundo ele, esperava-se uma “canetada” do presidente para que o grupo pudesse agir. Contudo, Wladimir lamenta que Bolsonaro “deu para trás”, o que, para ele, foi um fator determinante no fracasso dos planos de ação.

As Táticas e a Crítica ao Exército

Além disso, Wladimir revela que houve negociações entre o Exército e integrantes do governo Lula, que resultaram no recuo militar em apoiar Bolsonaro.

Ele afirmou em um dos áudios que os generais “se venderam” e não apoiaram a operação planejada. Esta alegação foi acompanhada por uma declaração de que a falta de apoio dos militares causou grande decepção entre os envolvidos na trama.

Nos diálogos divulgados, Wladimir expressou seu desespero ao ver Lula assumindo a presidência.

A gravação mostra um policial desolado e arrependido, que descreveu momentos de profunda tristeza durante a cerimônia de posse presidencial. Este retrato de desesperança foi compartilhado entre outros aliados golpistas, que também se sentiram traídos pelos acontecimentos.

Wladimir também comentou sobre as consequências que esperava para o país sob a nova liderança, como a venda da Amazônia e a continuidade de multas para caminhoneiros, temas que ele utilizava para fortalecer o discurso da conspiração. Este tipo de retórica foi usado para justificar ações cada vez mais radicais em nome de suas crenças políticas.

A Atuação da Polícia Federal e o Futuro

A Procuradoria-Geral da República denunciou Wladimir Soares por sua participação ativa na conspiração. Início das investigações apontou que ele estava repassando informações de segurança sobre Lula para servidores leais a Bolsonaro.

A prisão preventiva e a apreensão de seus dispositivos eletrônicos foram passos cruciais na coleta de evidências pela Polícia Federal.

As investigações revelaram que Wladimir fazia parte de uma organização criminosa dedicada a abolir violentamente o Estado Democrático de Direito. Os registros de áudio mostram um agente federal que estava integrado a uma equipe de operações especiais com a missão de defender Jair Bolsonaro.

Com um aparente alto “poder de fogo”, o grupo estava pronto para agir agressivamente contra qualquer oposição.

O panorama traçado pelas gravações não deixa dúvidas sobre a gravidade das intenções do grupo. A discussão de prender ministros e causar terror através de ações armadas, divulgada publicamente, expõe a ameaça contra a democracia.

A abordagem da Polícia Federal diante deste caso não só visa processar os envolvidos, mas também proteger a integridade das instituições democráticas brasileiras.

A detenção de Wladimir Soares e a revelação de suas intenções na trama golpista abre um novo capítulo nas discussões sobre segurança e polarização política no Brasil.

As tentativas de subversão das instituições democráticas levantam preocupações sobre a divisão feroz que permanece entranhada na sociedade brasileira.

O caso reforça a necessidade de vigilância constante para garantir que a democracia continue a prosperar sem ameaças à sua fundação.

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