Religião
Arautos do Evangelho: Farsa ou real?

“Guardai-vos do fermento dos fariseus, que é a hipocrisia. Porque não há nada oculto que não venha a ser revelado, e nada há escondido que não venha a ser conhecido. Pois o que dissestes às escuras será dito à luz; e o que falastes ao ouvido, nos quartos, será publicado de cima dos telhados.” (Lc 12, 1-3)
Vivemos numa época em que todos desejam saber tudo, e os meios de comunicação se alimentam disso para divulgar seus conteúdos, nem sempre se importando se prejudicam inocentes e lesam pessoas de bem. Por isso, num mesmo dia, se dizem coisas diferentes sobre o mesmo assunto e isso parece de tal forma bem-feito que as pessoas já nem sabem em que acreditar.
No entanto, uma mentira proferida contra uma pessoa pode manchar a sua honra; uma calúnia contra um pai de família pode prejudicar também sua esposa e seus filhos, uma difamação contra a reputação de uma empresa pode levar à sua ruína, mas uma farsa levantada contra servos de Deus pode lançar a confusão e o dano sobre um rebanho inteiro.
Foi o que aconteceu quando, no ano de 2019, um pequeno grupo de pessoas decidiu se lançar numa campanha difamatória contra os Arautos do Evangelho, com acusações genéricas de racismo, alienação parental, maus tratos, tortura física e psicológica e abuso sexual.
Compromisso com qual verdade?
Os Arautos tentaram se defender, pediram direito de resposta a programas como o Fantástico, da Rede Globo, algum tempo depois imitado pelo programa Domingo Espetacular, da Record TV, num arremedo de matéria apontando acesso a informações protegidas por segredo de justiça com exclusividade, com o único objetivo de atingir maior audiência. Mas não foram ouvidos ou tratados com seriedade.
É comum os veículos de mídia se dizerem comprometidos com a verdade, mas, com qual verdade?
Uma vez lançada uma nódoa, ela se fixa no tecido social e se alastra rapidamente, com notícias copiadas de notícias por veículos de menor expressão, que vão distorcendo pontos para “vender mais”, ou seja, ter maior audiência, mais curtidas, maior número de visualizações.
Situações que acabam em entendimento, pondo fim a conflitos, não geram engajamento e raramente são noticiadas. Já uma ocorrência que acaba em morte, ganha destaque em jornais, revistas, TVs e todo tipo de informativo.
Ao lançarem sua pequena fúria contra os Arautos do Evangelho, na tentativa de manchá-los e prejudicá-los, os acusadores não se deram conta de que uma multidão de almas também seria afetada por essa calúnia, por essa maldade gratuita, pois a vida dos Arautos é dedicada ao serviço do próximo.
O palco era a internet, e foi para esse palco que os Arautos tiveram que migrar. Não que eles fossem seres alienados que não tivessem nenhum conhecimento do mundo digital. Eles tinham seus canais de comunicação, nos quais divulgavam conteúdos doutrinários, mas, este não era o seu foco principal, pois privilegiavam o contato real com as pessoas para a evangelização.
Mas o assédio sofrido os fez perceber rapidamente que era para esse terreno que teriam de migrar se quisessem que a verdadeira verdade viesse à tona, pois, como ensinou Jesus Cristo: “não há nada oculto que não venha a ser revelado, e nada há escondido que não venha a ser conhecido” (Lc 12, 2).
A sede do saber
Muitas vezes, a imprensa e os demais meios de comunicação atropelam as coisas, subestimando a capacidade das pessoas de perceberem ou ao menos ansiarem pela verdade.
As pessoas buscam entretenimento, mas, no fundo, têm sede do saber.
O fato de se distorcer a verdade e dar destaque a fake-news e a mentiras, não muda as pessoas e o desejo que elas têm de não serem enganadas.
Por esse motivo, e para que prevalecesse a verdade, os Arautos foram para o mundo digital, não para revidar, retrucar ou enlamear ninguém.
Pelo contrário, intensificaram a publicação de bons conteúdos, com programas de formação católica que atingiram grande audiência. Não foram para bater em quem tentava prejudicá-los, mas para esclarecer o que precisava ser esclarecido e cumprir com maior amplitude a sua genuína missão de evangelizar.
E valeram-se da oportunidade para abrir as portas da instituição para todos que os quisessem conhecer. Com programas que mostravam o interior de suas casas, seus locais e hábitos de estudo, suas rotinas de trabalho, seus momentos de oração. Revelaram ao mundo quem são, o que fazem, onde vivem e como vivem (programa “Arautos Sem Segredos”: https://www.youtube.com/c/arautossemsegredos).
Em programas descontraídos, procuraram mostrar de forma autêntica e com simplicidade, como é o dia a dia de um membro dessa instituição, que foi acolhida no seio da Igreja por um Papa santo, São João Paulo II, em fevereiro de 2001, pouco tempo depois de sua fundação.
E o efeito não poderia ter sido melhor. O fato de receber informações ruins e tendenciosas não afasta a sede do saber que toda pessoa possui.
A farsa não se sustentou
Enquanto um pequeno grupo de detratores pretendia lançar a instituição Arautos do Evangelho ao descrédito, um grande número de pessoas passou a segui-los, reconhecendo a autenticidade e originalidade de suas ações, tanto no mundo real quanto no mundo virtual.
Nos sermões das Missas, nas homilias diárias, nos programas sobre a vida dos Santos, sobre a história da Igreja, nos conteúdos saudáveis para as crianças, as pessoas foram percebendo que os Arautos não estavam na rede para ganhar likes, mas para evangelizar, cumprindo assim a sua vocação de “Arautos do Evangelho”: aqueles que anunciam o Boa Nova com entusiasmo.
Nas lives, eles não se esquivavam de nenhuma pergunta; respondiam os comentários respeitosamente, sem entrar em polêmicas. E, assim, foram se tornando cada dia mais conhecidos e admirados e, em pouco tempo, estavam com quase um milhão de seguidores.
Se em meio ao assédio e a uma enxurrada de acusações repetitivas, sempre mais do mesmo, sem coerência, sem provas, sem substância, sem veracidade, eles continuavam pregando o Evangelho, divulgando as mensagens de Nossa Senhora em Fátima, auxiliando, formando, encantando com a música sacra, praticando a caridade, algo de errado existia dentro daquele contexto…
E a verdade logo se impôs: nenhum acusador conseguiu comprovar as suas frívolas acusações, enquanto os Arautos, sem rebaterem as críticas, sem alimentarem desavenças, sem se envolverem em controvérsias, foram mostrando quem eram e qual era a sua missão.
Dessa forma, a farsa não se sustentou, as mentiras e o desejo de prejudicar e de levar vantagem não prevaleceu. A Justiça cumpriu o seu papel, dentro dos processos legais, concluindo pela insustentabilidade e incoerência das denúncias e encerrando o caso por falta de materialidade, de provas concretas que confirmassem as histórias inventadas.
Nos momentos de dor e de gáudio
Houve pessoas que se perguntaram: “Quem são eles? São uma seita? Fazem parte da Igreja? São ultraconservadores?”.
A resposta é simples, eles – e elas, pois há um ativo ramo feminino – são pessoas que vivem o chamado de Deus todos os dias, fazendo de sua vocação um motivo de alegria e do amor e dedicação ao próximo a sua razão de viver, sempre na esperança de um mundo justo e regido pelo bem. Um mundo no qual acreditam, pois assim foi prometido por Jesus: “um novo céu e uma nova terra onde não haverá doenças, morte, dor, tristeza e sofrimento”, porque assim foi confirmado por Nossa Senhora em Fátima: “Por fim, o meu Imaculado Coração triunfará!”
Assim como alguns se deixaram levar, questionando a seriedade e pureza dos integrantes desse grupo, muitas pessoas que os conheciam e sabiam qual era a realidade deles, estiveram ao seu lado, rezaram e lutaram para que a verdade prevalecesse, acompanhando os Arautos do Evangelho nos momentos de dor e nos momentos de gáudio.
A virtude da esperança
O fundador dos Arautos, Mons. João Clá Dias, pessoa ilibada, devotíssimo de Nossa Senhora, dedicou a sua vida à evangelização, construiu igrejas belíssimas, proporcionou uma excelente formação moral, intelectual e doutrinária aos seus filhos espirituais e atravessou fronteiras, levando a presença dos Arautos para 78 países e proporcionando que pessoas do mundo inteiro pudessem vir para o Brasil numa missão de amor e dedicação à causa divina.
Em 1º de novembro de 2024, Dia de Todos os Santos, Mons. João se despediu da vida, após uma existência dedicada à virtude da esperança. Cultivou a certeza de que o bem prevalecerá, o amor vencerá e o mal será extirpado da face da terra. Para isso dedicou cada segundo de seus 85 anos de vida, para convencer as pessoas do triunfo de Deus através de sua amada Igreja Católica Apostólica Romana e a implantação do Reino de Maria.
Só quem conheceu o Monsenhor, só quem conhece os Arautos sabe o que é a virtude da esperança e por ela se pauta, suportando todas as investidas do mal com imbatível confiança.
Eles não são Santos, mas buscam a santidade; não são perfeitos, mas buscam a perfeição; almejam o Céu, mas se dedicam a criar amostras do Céu na Terra. Esses são os Arautos do Evangelho, sobre os quais, de tempos em tempos, o mal se insurge, mas o bem sempre triunfa, porque têm Deus por Pai e a Virgem Santíssima por Mãe.
E se você que me lê ainda não os conhece e, por isso, acha que eu exagero, eu proponho: conheça-os e tire suas próprias conclusões!
Santiago Sá

Religião
Arautos do Evangelho: Denúncias e Abuso

Há muitas situações em que ocorrem abusos, que podem ser físicos, morais, emocionais e até espirituais. E, é óbvio que os abusos devem ser denunciados. O que poucos se dão conta é que há situações em que a denúncia é o próprio abuso.
Muitas vezes, dentro de uma instituição, encontra-se um elemento humano que foge às regras do local e, de forma geralmente oculta e velada, acaba por praticar alguma forma de abuso, que deve ser denunciado e apurado para que sejam tomadas as medidas cabíveis e aplicadas as devidas punições e afastamentos.
Sem essa ordenação, está posta em risco a integridade moral das próprias instituições.
Há casos, porém, que algum descontentamento, sentimento de perseguição ou frustração acabam por levar uma pessoa a atirar a esmo, fazendo denúncias vazias contra instituições como um todo.
O fato de, por exemplo, haver padres que escandalizam com seu mau comportamento, não significa que toda a Igreja seja ruim.
Portanto, denúncias genéricas, que não se dirigem a ninguém e a nenhuma situação específica não visam buscar a punição do culpado de atos maus, mas, sim, difamar e desacreditar instituições.
Eles, nunca, sempre
Uma forma de reconhecer uma denúncia que, por si, constitui um abuso e está pautada mais em sentimentos de inveja, vingança e desejo de causar dano e prejuízo é o uso de alguns termos como “eles”, “nunca” e “sempre”.
“Eles agem assim”, “Eles praticam tais atos”. Mas, quem é esse “eles”? Um sujeito indefinido, uma tentativa de atingir a todos sem se dirigir a ninguém específico. Foi exatamente assim a tentativa de atacar os Arautos do Evangelho ocorrida no ano de 2019.
Denúncias genéricas de racismo, alienação parental, maus tratos, tortura física e psicológica e até abuso sexual.
As fantasiosas denúncias não foram feitas por uma pessoa, mas por um pequeno grupo que se uniu em torno do propósito de manchar a honra da instituição e passou a disseminar boatos e acusações inespecíficas e contou com o apoio de uma ala da mídia interessada em sensacionalismo.
Não houve uma só dessas pessoas que dissesse: “Eu sofri esse tipo de abuso, praticado por tal Arauto, um x número de vezes em tais e tais circunstâncias”. Não, em vez disso era apenas: “Eles afastam os filhos dos pais. Eles causam abalo psicológico nas pessoas, as fazem rezar demais, cumprir horários e disciplinas etc”.
Outra característica das acusações sem fundamento é o uso dos advérbios de tempo “nunca” e “sempre”: “Eles nunca permitem tal coisa” ou “Eles sempre agem de tal maneira”.
Foram exatamente assim as denúncias feitas aos Arautos do Evangelho, em 2019, em um programa de televisão que deu voz aos acusadores que nunca apresentaram qualquer tipo de prova ou evidência de que tais coisas tivessem, de fato, acontecido.
A justiça daqui e a Justiça de lá
Por terem a verdade a seu favor, os Arautos procuraram o direito de responder e esclarecer as denúncias apresentadas em horário nobre, mas tiveram um atendimento parcial e tendencioso.
Disseram a verdade, apresentaram dados, reuniram familiares e pessoas que os apoiavam, mas o repórter não se interessou em ouvi-las, criando uma situação, no mínimo, estranha, deixando claro o objetivo de ter audiência ao mostrar pessoas com voz alterada e rosto oculto pelas sombras e evitando entrevistar com imparcialidade aquelas que falavam seus nomes, mostravam seus rostos e apresentavam situações concretas.
O caso foi investigado pelo Ministério Público de São Paulo, nas formas da Lei, até os processos serem concluídos e extintos, diante das contradições dos acusadores, incoerência e insustentabilidade das denúncias e pela falta de materialidade e de provas concretas que confirmassem as histórias inventadas.
Os autores das denúncias confiaram na justiça da terra para dar voz aos seus delírios persecutórios e demandas sem conteúdo, e essa própria justiça encerrou o caso por constatar que não havia caso, não havia aonde chegar.
Os Arautos, por sua vez, embora abalados e experimentando um gládio de dor pelo comportamento inexplicável de indivíduos que estiveram em seu meio, viveram em suas casas, rezaram em sua companhia ou familiares que retiraram seus filhos à revelia deles, não acusaram de volta, nem fizeram retaliações, apenas abriram suas portas e exibiram sua vida e sua privacidade, que sempre foi a mesma, confiando tanto na justiça daqui quanto na Justiça de lá, e ambas se fizeram sentir.
O caso da Escola Base
Ocorrências como essas são pedras que ferem e podem quebrar vidraças ou deixar arranhões, mas em alguns casos, podem funcionar como uma bomba, destruindo a reputação de pessoas de bem e abalando estruturas sólidas que sucumbem ante a ação do mal.
Houve um caso marcante, em 1994, que “resultou no linchamento de quatro indivíduos inocentes, na depredação de propriedade privada e em sequelas para todos os envolvidos, desde os acusados até os encarregados da apuração”.
“O episódio consta na acusação de dois casais donos da Escola de Educação Infantil Base, Paula e Maurício Alvarenga e Aparecida e Icushiro Shimada. Os donos foram acusados de abusar sexualmente de dois alunos da creche a partir de um laudo do IML (que depois descobriu-se que era incorreto) que comprova o abuso. A escola foi depredada e os casais foram ameaçados e tiveram suas carreiras destruídas. Após meses de matérias jornalísticas que tratavam os acusados como culpados, mesmo sem nenhuma confirmação de abuso por parte da polícia, foi-se [sic] comprovada a inocência dos donos da escola.”
O que se fazer depois do estrago feito, da destruição consumada? Como restaurar vidas que foram destruídas?
Infelizmente, a história se repete. Muitos casos de abusos acontecem e são ignorados ou encobertos e a própria mídia não dá importância a eles pelo fato da pouca representatividade das pessoas envolvidas, o que “não dá ibope”, ou seja, não dá audiência.
Condução da opinião pública
No entanto, quando se trata de uma instituição de peso, como os Arautos do Evangelho e, ainda mais, por se tratar de membros da Igreja Católica, tão perseguida por diferentes ideologias, o assunto é um prato quente e a apuração dos fatos de maneira isenta e verídica é relegada a último plano. O que importa é informar, mesmo que, para isso, seja preciso deformar a verdade.
De acordo com o estudo feito por Sâmia Silva, “por vezes, crimes (ou supostos crimes) cometidos na sociedade são fortemente expostos pela mídia tradicional, fazendo com que a sociedade seja atraída a opinar, acompanhar e, até mesmo, julgar, ainda que não tenha competência para tal finalidade social.
A comoção é um dos ingredientes da história contada que revela o interesse do público. Sendo assim, na maioria das vezes, é comum um pré-julgamento condenatório, além de notícias capciosas ou com fins específicos, que venham a contribuir para sociedade realizar um julgamento, com atribuição de culpa antes mesmo do Poder Judiciário se manifestar dentro dos meios, vias e processos legais”.
Felizmente, em alguns casos, a verdade prevalece, mas impressões equivocadas podem permanecer por muito tempo, manchando a honra e a reputação dos que foram injustamente acusados.
No caso dos Arautos do Evangelho, a gama de coisas boas era grande o suficiente para que as pessoas compreendessem o que houve e rechaçassem as mal-intencionadas invenções.
Porém, o fogo fátuo levantado pela tentativa de condenação por parte dos detratores, brilhou o suficiente para levar alguns a considerar que os Arautos sequer fossem católicos, uma risível ironia, pois o grupo é um dos maiores defensores da Santa Igreja, a cujo seio pertencem, e do papado, que sempre veneraram.
E o mais lamentável desse episódio talvez seja o fato de que aqueles que articularam as denúncias e alguns processos contra os Arautos sejam familiares de ex-membros do grupo, que retiraram dele os seus filhos, contra a vontade deles, interferindo em suas vocações.
É provável que, diante do sofrimento de seus filhos, por terem sido impedidos de cumprir os planos de Deus para as suas vidas, esses pais preferiram se voltar contra a instituição que os acolheu com amor e respeito, transmitindo-lhes valores morais e espirituais que eles talvez sequer conhecessem.
Uma situação que passou, a verdade prevaleceu e a Igreja saiu vitoriosa, mas quantas vidas e instituições não se perdem em nome dos passageiros picos de audiência de alguns veículos de comunicação?
Santiago Sá
Religião
Arautos do Evangelho: Mitos, Farsas e Verdades

Há quem se refira aos Arautos do Evangelho colocando sobre eles uma aura de santidade, outros os veem como católicos ultraconservadores e já houve até quem pensasse que eles sequer fossem católicos. Afinal, por que eles são tão diferentes? O que é verdade e o que é mito sobre esse grupo tão incomum?
Os Arautos do Evangelho são uma Associação Internacional de Fiéis de Direito Pontifício, a primeira a ser erigida pela Santa Sé no terceiro milênio, o que ocorreu em 22 de fevereiro de 2001.
Com vestes diferentes: botas de cano alto, túnicas brancas com escapulário marrom (os leigos) ou tudo marrom (os clérigos), com uma enorme cruz vermelha e branca na frente e uma pesada corrente presa na cintura, os Arautos do Evangelho chamam a atenção aonde chegam.
Depois de conhecê-los melhor, nota-se que não são apenas as suas roupas que chamam a atenção, mas também o seu comportamento, sempre reto, firme, porém, cativante.
Há membros mais velhos, que caminhavam juntos antes da fundação do grupo, remanescentes da TFP (Tradição Família e Propriedade, sociedade civil de inspiração católica fundada pelo professor Plinio Corrêa de Oliveira), e uma grande quantidade de jovens, que receberam formação do Mons. João Clá Dias, discípulo do Dr. Plinio.
Seriedade e entusiasmo
Em contraste com a postura firme e defensora dos valores da Igreja, os Arautos do Evangelho conquistam pelo seu entusiasmo, pois, longe de apresentarem uma fé caduca e desatualizada, demonstram um grande amor pela Igreja e pelo papado, entregando suas vidas pela preservação dessa sagrada instituição fundada por Jesus Cristo sobre São Pedro.
A maioria das pessoas se desacostumaram de ver religiosos que trajam o hábito em seu dia a dia, linkando isso a ordens religiosas antigas, o que pode criar a falsa impressão de que o grupo é excessivamente fechado e ultraconservador, mas, isso não corresponde à realidade. E, para perder essa impressão equivocada, basta assistir às Missas dos Arautos ou qualquer dos vários programas que eles mantêm no Youtube.
Quando estão em suas atividades de estudo e de trabalho, normalmente, mantêm o silêncio, porém, quando falam, não falam qualquer coisa e nem de qualquer forma, porque, quem aprende a cultivar o silêncio, aprende a falar com sabedoria. Dessa forma, até mesmo em uma conversa trivial, eles conseguem transmitir preciosas lições.
Evangelização pela música
Outro grande diferencial dos Arautos do Evangelho é a música. Seu fundador, Mons. João Clá Dias, falecido no dia 1º de novembro de 2024, era um músico talentoso e grande maestro e, por acreditar na evangelização através da música, criou o Coro e Orquestra Internacional dos Arautos do Evangelho.
Com um vasto repertório que inclui o canto gregoriano e a polifonia sacra, passando por cânticos regionais de diversos países e obras de compositores clássicos e românticos, o grupo musical se apresenta em Missas, concertos, celebrações religiosas e eventos culturais, tendo seu ponto alto nos concertos de Natal e da Semana Santa. São espetáculos que encantam e elevam a alma.
Eles gravaram alguns álbuns e podem ser ouvidos em aplicativos de música como Spotify, YouTube Music, Apple e Amazon Music.
Consagração a Nossa Senhora
Os Arautos sempre incentivaram a consagração a Nossa Senhora segundo o método de São Luís Maria Grignion de Montfort e cerca de três milhões de pessoas já se inscreveram no curso de preparação à consagração oferecido por eles de forma gratuita. Ele é totalmente on-line, exceto no dia da Missa Solene com a cerimônia de consagração, após o término do curso.
É um dia em que os alunos se reúnem para a leitura solene de um documento chamado “Consagração de si mesmo a Jesus Cristo, a Sabedoria Encarnada, pelas mãos de Maria”, popularmente conhecido como “Consagração a Nossa Senhora”. Com esta ação, vê-se o poder dos Arautos para agregar pessoas em torno de um ideal maior.
Todos os Arautos, sem exceção, fizeram essa consagração, sendo, portanto, muito devotos da Virgem Maria. E reúnem multidões em torno desta devoção!
O Pe. Ricardo José Basso, consagrado a Nossa Senhora há mais de 50 anos e autor do livro “Por que me consagrar a Nossa Senhora?”, é quem está à frente dessa ação evangelizadora, e explica que os Arautos cuidam com muito zelo e dedicação da divulgação do Evangelho e da Consagração a Nossa Senhora, em obediência a um incentivo recebido diretamente do Papa São João Paulo II: “Sede mensageiros do Evangelho pela intercessão do Coração Imaculado de Maria”.
Pela ação missionária que desenvolvem, em agosto de 2009 o Papa Bento XVI concedeu ao fundador, Mons. João Clá Dias, a medalha “Pro Ecclesia et Pontifice”, uma alta honraria concedida pelo Papa apenas aos que têm destacada atuação em prol da Igreja e do Romano Pontífice.
Mitos, Farsas e Verdades
Há cerca de seis anos, os Arautos foram vítimas de uma campanha difamatória promovida por alguns ex-membros, desligados do grupo por questões de foro íntimo ou por não se adequarem à disciplina necessária à vida em comunidade.
A fim de dar mais ênfase às acusações feitas ao grupo, o mesmo núcleo de pessoas se esforçou em conseguir a atenção da mídia e da Defensoria Pública de São Paulo, que iniciou procedimentos para a apuração dos fatos. Utilizaram-se também do expediente de abrir ações semelhantes contra os Arautos em diversas comarcas.
O caso acabou ganhando repercussão e foi parar até no Fantástico, da Rede Globo, numa matéria parcial e sem igual espaço para manifestação dos Arautos.
Apesar de serem denúncias genéricas, sem apontar autoria ou situações específicas, apenas afirmando que os Arautos praticavam abuso psicológico e alienação parental, pelo fato de envolverem uma ordem religiosa, o Vaticano deu início a um comissariamento, colocando a Associação sob a autoridade do Cardeal Dom Raymundo Damasceno Assis, arcebispo emérito de Aparecida.
Diante das contradições dos acusadores, com argumentos que não se sustentaram e absoluta ausência de provas, as denúncias e ações impetradas contra o grupo acabaram extintas pela Justiça, por falta de materialidade.
Toda essa movimentação acabou criando um mito de que os Arautos estavam contra a Igreja ou que submetiam pessoas a situações vexatórias.
Tudo não passava de uma farsa, mas, pessoas de bem que são, os Arautos não poderiam deixar de mostrar a todos a verdade sobre a vida, a devoção e as atividades de seus membros.
Males que vêm para o bem!
Foi assim que teve início uma nova fase na vida desses religiosos e leigos de vida consagrada que, de pessoas recolhidas, com intensa vida de oração e obras de caridade, se tornaram conhecidos, cada vez mais estimados e com intensa participação nas redes sociais, com um crescente número de seguidores.
E o mais impressionante é que eles conseguiram ocupar um grande espaço na mídia sem abrir mão do recolhimento, do silêncio, do estudo e das tarefas laborais comuns à vida religiosa.
Entre as suas atividades virtuais, destacam-se os cursos on-line com temática religiosa, na Plataforma Reconquista e o podcast Salve Maria!, um dos principais podcasts católicos da atualidade.
O sucesso de seus empreendimentos, seja a construção de uma nova igreja, a apresentação de um concerto, a formação dos alunos matriculados nos colégios que administram, os programas no Youtube, as viagens missionárias, as ações culturais, as visitas aos enfermos e tantas outras atividades que realizam se deve, em grande parte, à harmonia que existe entre eles.
É até difícil acreditar que deem conta de tantas frentes, executando cada tarefa de maneira exemplar.
“Harmonia entre os irmãos, disciplina e irrestrita confiança em Nossa Senhora, estas são as chaves que abrem todas as portas”, explica o Pe. Ricardo Basso.
Diante disso, pode-se dizer, como os antigos, que “há males que vêm para o bem”, pois, quem conhecia os Arautos só de ouvir falar, agora pode conhecê-los de perto e apreciar tudo que eles têm a oferecer.
Conversão, esperança e fé
Alguns insatisfeitos podem até ter tentado calar a sua voz, abafar o seu canto, modificar as suas vestes, fechar os seus colégios, conspurcar a sua imagem, mas ninguém pode tirar a essência daquilo que Deus abençoa.
Presentes em quase oitenta países, os Arautos ensinam a fé em Deus e a devoção a Nossa Senhora, aos Anjos e as Santos com seriedade e alegria. Com padres sempre dispostos a ouvir confissões, promovendo a reconciliação com Deus, por onde passam levam a conversão, a esperança e a fé .
Enfim, transmitem, com seus modos e sua forma de viver, o exemplo de tudo o que um católico deve ser, relembrando, com base nos Evangelhos, dos quais são os anunciadores, o que Deus espera de cada um de nós.
Santiago Sá
-
Política4 meses ago
Áudio com plano de assassinato de autoridades é enviado ao STF em relatório complementar
-
Negocios4 meses ago
Ações da Azul despencam após prejuízo bilionário no Primeiro trimestre
-
Entretenimento4 meses ago
Com Tom Cruise, ‘Missão: Impossível – O Acerto Final’ recebe ovação de 5 minutos em Cannes
-
Entretenimento4 meses ago
Premonição 6: Laços de Sangue’ retoma bem franquia sem decepcionar fãs
-
Negocios4 meses ago
Dólar opera em queda de olho em dados do varejo, preço do petróleo e Fed; Ibovespa sobe
-
Entretenimento4 meses ago
‘Smurfs’: Rihanna mostra trailer e anuncia música para filme
-
Negocios4 meses ago
Embalagem ‘mágica’ muda de cor para avisar se peixe está estragada
-
Negocios4 meses ago
O Brasil é dependente da China? E quais os riscos disso?