Política
Entenda os principais pontos do caso Ramagem e a tensão entre Câmara e STF

A recente disputa entre o Supremo Tribunal Federal (STF) e a Câmara dos Deputados gira em torno do deputado Alexandre Ramagem (PL-RJ), o único parlamentar réu na ação que investiga a tentativa de golpe de Estado promovida pelo governo de Jair Bolsonaro.
O caso serve como um novo capítulo no delicado equilíbrio entre os poderes Legislativo e Judiciário no Brasil.
Ramagem enfrenta cinco acusações no processo que investiga as ações de militares e políticos em tentativas de subverter a ordem democrática no final de 2022.
A situação se agravou quando a Câmara dos Deputados, em uma ação liderada principalmente pelo presidente Hugo Motta (Republicanos-PB), suspendeu a ação penal que envolvia Ramagem.
A decisão teve como base a alegação de imunidade parlamentar, visando proteger o deputado de certos processos judiciais enquanto ele exerce o mandato.
No entanto, essa movimentação foi revertida pelo STF, que manteve parte do processo contra Ramagem ativa, gerando grande insatisfação dentro do Legislativo.
A Decisão do STF e a Reação Parlamentar
A decisão do Supremo, especialmente da Primeira Turma liderada pelos ministros Cristiano Zanin e relatada por Alexandre de Moraes, determinou que apenas os crimes cometidos após a diplomação de Ramagem, em dezembro de 2022, poderiam ter suspensão pelo Legislativo.
Esses crimes incluem o dano qualificado e a deterioração de patrimônio tombado.
Assim, as acusações mais graves, como abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado e organização criminosa, continuam sendo investigadas.
Em contrapartida, a Câmara dos Deputados alega que essa decisão fere o princípio da separação dos poderes e argumenta que a imunidade parlamentar protege os deputados contra ações penais que possam interferir com suas funções legislativas.
A medida do STF foi recebida com indignação por muitos parlamentares, que veem a decisão como uma interferência direta no julgamento político conferido tradicionalmente ao Legislativo.
O Papel de Hugo Motta e a ADPF
O presidente da Câmara, Hugo Motta, tomou a dianteira e apresentou uma Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF) visando reverter a decisão do STF.
A intenção é que prevaleça a decisão da Câmara de suspender todas as acusações contra Ramagem.
Motta enfatizou que a prerrogativa para decidir sobre a suspensão de processos que envolvem parlamentares pertence ao Legislativo.
Ele destacou que o Judiciário não deve substituir essa prerrogativa, sob pena de comprometer a independência do Parlamento.
O embate promete ser uma questão de alto impacto político e jurídico, uma vez que o STF argumenta que a manutenção do equilíbrio republicano exige a possibilidade de analisar tais decisões do Legislativo.
Ministros afirmam que o uso de uma ADPF contra uma decisão da Primeira Turma do STF pode não ter fundamento jurídico suficiente, criando ainda mais tensão sobre os limites da imunidade parlamentar.
O Futuro do Caso Ramagem
Enquanto aguarda-se uma decisão final do STF sobre a ADPF, o caso Ramagem continua a revelar as divergências profundas entre os poderes.
A expectativa é de que o plenário do Supremo analise a validade da suspensão da ação penal contra o deputado.
Neste cenário, o Supremo deve decidir se a interferência dos parlamentares no processo foi legítima ou não.
A tensão persiste, com parlamentares criticando duramente a postura do STF, ao passo que ministros da corte reiteram que a decisão foi técnica e respeitou os limites constitucionais.
O desfecho deste embate poderá estabelecer um precedente significativo para futuras relações entre o Legislativo e o Judiciário em contextos similares, ressaltando as complexidades do equilíbrio entre autonomia parlamentar e a função judicante do Supremo.
Política
Carla Zambelli foi presa por ‘molecagem criminosa’, não por perseguição política

Contextualização e Detalhes
A deputada federal brasileira Carla Zambelli foi detida na Itália na tarde da última terça-feira (29), sob a acusação de “molecagem criminosa”, que não se vincula a qualquer forma de perseguição política. O termo “molecagem” refere-se à ação de Zambelli junto ao hacker Walter Delgatti Netto, conhecido como o “hacker de Araraquara”, com o intuito de falsificar um mandado de prisão do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), assinado por ele mesmo.
A Estrutura do Crime
No caso específico de Zambelli, a falsificação de documentos judiciais, incluindo a autoria falsa no mandado, foi classificada como uma ação criminosa, sem vínculos com perseguição política. O mandado forjado até iniciou com a frase jocosa: “eu, o todo poderoso Alexandre de Moraes”. Esta tentativa de falsificação ainda gerou repercussões substanciais na época, e ficou longe de qualquer discurso de perseguição política.
Além dessa acusação, há um outro processo pendente contra Zambelli por um episódio ocorrido durante as eleições de 2022, quando a deputada sacou uma arma para perseguir um cidadão após sentir-se ofendida por ele. Este caso, igualmente, não caracteriza crime político.
A Legislação e a Comparação Internacional
Assim como o Brasil se negou a extraditar Cesare Battisti, alegando perseguição política, a Itália agora age de forma distinta com Carla Zambelli, ao contrário do apelo por questões políticas. A decisão italiana realça o caráter criminal, mais do que político, das ações cometidas por Zambelli.
Próximos Passos
Agora, Carla Zambelli aguarda a determinação das autoridades italianas sobre seu futuro, com a acusação de falsidade ideológica centrando a linha de investigação. Apesar de tentar justificar suas ações como fruto de perseguição política, os fatos e as provas apresentadas até o momento não sustentam essa linha de defesa.
Com os olhos voltados para a Itália, o Brasil observa os desdobramentos deste caso que envolve não apenas a atuação questionável de uma parlamentar, mas também discute o limite e o senso de responsabilidade de atos políticos que têm reflexos além das fronteiras nacionais.
Política
Em um ano, Voa Brasil tem baixa adesão e vende 1,5% das três milhões de passagens ofertadas

Em um ano, Voa Brasil tem baixa adesão e vende 1,5% das três milhões de passagens ofertadas
Baixa adesão surpreende em programa lançado para inclusão no transporte aéreo
No primeiro ano de operação, o programa Voa Brasil, que prometia democratizar o acesso ao transporte aéreo no país, registrou uma adesão consideravelmente baixa, com apenas 1,5% das três milhões de passagens ofertadas vendidas. Isso equivale a cerca de 45 mil passagens reservadas entre julho de 2024 e julho de 2025.
Objetivos do Programa e Público-alvo
O Voa Brasil foi idealizado com o propósito de integrar ao mercado aéreo doméstico brasileiros que raramente viajam de avião. O foco principal são aposentados do Instituto Nacional de Seguridade Social (INSS) que estejam há mais de um ano sem utilizar o transporte aéreo, sem restrições de renda. O governo criou o programa através de articulações com companhias aéreas, visando vender passagens de até R$ 200, utilizando assentos ociosos em voos com baixas taxas de ocupação.
Desempenho Regional e Destinos Preferidos
As regiões Sudeste e Nordeste do Brasil concentraram a maior parte das reservas, com 43% e 40% respectivamente. Destinos como Recife, Salvador, Maceió, Fortaleza e João Pessoa figuram entre os mais buscados, evidenciando uma preferência por locais turísticos consagrados.
Histórico e Viabilidade do Programa
Anunciado inicialmente pelo ex-ministro de Portos e Aeroportos, Márcio França, em março de 2023, o programa enfrentou atrasos em seu lançamento. Após a saída de França, o deputado Silvio Costa Filho assumiu o ministério e garantiu que o programa seria efetivado em 2024. Importante ressaltar que o Voa Brasil não implica em gastos diretos para o orçamento federal, sendo um acordo entre o governo e as companhias aéreas para utilizar assentos que, de outra forma, ficariam vazios.
Reflexões e Futuro do Voa Brasil
A baixa adesão até então levanta questionamentos sobre a comunicação e a percepção do público-alvo em relação ao programa. Apesar dos desafios, o Voa Brasil continua sendo uma iniciativa interessante para potencializar o uso do transporte aéreo no Brasil, especialmente em tempos de alta demanda e preços elevados. O futuro do programa dependerá da capacidade do governo de engajar mais pessoas e melhorar a atratividade desta proposta. Assim, cabe ao governo e às companhias aéreas avaliarem e ajustarem estratégias para aumentar a adesão nos próximos anos.
Política
Trama golpista: defesa de Mário Fernandes diz que general não confessou plano para matar Lula e pede revogação da prisão
Em uma recente manifestação enviada ao Supremo Tribunal Federal (STF), a defesa do general Mário Fernandes argumenta que o militar não confessou ter elaborado um plano para assassinar o presidente Lula. A defesa pediu a revogação da prisão preventiva, sustentando que Fernandes não compartilhou o suposto plano denominado como “Punhal Verde e Amarelo”, que incluía também outras autoridades, como o vice-presidente Geraldo Alckmin e o ministro do STF Alexandre de Moraes.
Defesa e Acusações
Durante um interrogatório realizado na última quinta-feira, o general Fernandes reconheceu ter criado o arquivo, porém esclareceu que o conteúdo era apenas um “pensamento digitalizado”, uma análise pessoal sobre o cenário político pós-eleições, e que não pretendia realizar tais atos. Além disso, afirmou que o documento foi destruído após ser impresso no Palácio do Planalto.
Apesar das declarações, a Procuradoria-Geral da República (PGR) defende a manutenção da prisão, argumentando que Fernandes admitiu a idealização do documento, conduta que, segundo os procuradores, confirma a hipótese acusatória. Os procuradores também reiteraram que as circunstâncias tornam improvável a alegação de que ele não compartilhou o material com terceiros envolvidos em atividades similares.
Contexto e Consequências Legais
A defesa de Fernandes alega que a PGR não apresentou argumentos concretos que justifiquem a prisão, e acusou a procuradoria de destacar um “arquivo eletrônico vazio”. Essa divergência entre as partes levanta questões sobre a adequação das medidas judiciais aplicadas, bem como sobre a interpretação dos documentos e depoimentos obtidos.
Em um desdobramento relacionado ao inquérito, outro réu, Marcelo Costa Câmara, ex-assessor do ex-presidente Jair Bolsonaro, enfrenta novamente a prisão preventiva. Câmara, que já estava em liberdade provisória, é acusado de tentar atrapalhar a investigação colaborando com Mauro Cid, ex-ajudante de Bolsonaro. Após seu recente interrogatório, a procuradoria reforçou a necessidade de sua prisão, alegando tentativas contínuas de obstrução da justiça.
Próximos Passos
A decisão final sobre a manutenção das prisões de Fernandes e Câmara agora recai sobre o ministro Alexandre de Moraes, relator dos casos. As alegações e contra-argumentos apresentados por ambas as partes sobrepõem-se a um pano de fundo de tensões políticas, onde narrativa e contexto são fundamentais para o desfecho dessa intrincada trama jurídica.
À medida que as investigações prosseguem, essas acusações servem como um lembrete do tumultuado ambiente político atual e das complexas interações de poder em jogo dentro do sistema político brasileiro. A Revista Oi continua acompanhando este caso e trará atualizações à medida que novos detalhes emergirem.
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